Aqui em Guiné-Bissau o calor é
algo absurdo. Praticamente não existe frio, e na maior parte do dia o sol é
muitíssimo quente. Para ajudar a aumentar a sensação de calor (ou temperatura
como eles dizem aqui), boa parte das construções (inclusive as igrejas) tem
seus telhados de folhas de zinco. Assim o que já é difícil fica ainda pior.
Contudo, no sábado dia 20 de
abril, tive o feliz privilégio de pregar na igreja do bairro Militar, e ali
para minha grata surpresa o culto foi ao ar livre. Debaixo de duas grandes e
belas árvores realizamos a escola sabatina e o culto, e pra melhorar,
totalmente livre da bendita folha de zinco. Naquele momento pude refletir por
alguns momentos sobre o poder criador de Deus, e em sua preocupação para conosco
ao criar árvores que produzem sombras tão agradáveis como aquela.
A essa altura alguns podem estar
se perguntando: “o que há de mais em fazer culto debaixo de uma árvore?” Bom,
sendo o sábado um dia tão singular, me pareceu muito apropriado refletir sobre
como de fato vemos a natureza, como enxergamos as coisas que Deus tão
bondosamente estabeleceu para nosso benefício e conforto (eu disse conforto!). As
estruturas modernas que conhecemos podem até nos dar algum conforto, mas que
conforto é maior do que sentir a presença de Deus? Que bem estar pode ser maior
do que aquele produzido pelas próprias mãos do Criador?
Algumas vezes me perguntei porque
Deus permitia que algumas pessoas congregassem em locais com ar condicionado,
cadeiras confortáveis, som e vídeo de primeira qualidade, enquanto outros estão
se reunindo debaixo da árvores e se ajoelhando para orar na terra. Hoje uma
possível resposta me veio a mente: talvez (apenas talvez) aqueles que estão em
“piores condições” são precisamente aqueles que conseguem se sentir mais abençoados,
como eu me senti naquela agradável manhã de sábado.
Louvado seja Deus, o Criador das
árvores!!!
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